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Visto mais caro, meses de espera: O que é preciso para morar nos EUA

Busca por visto de trabalho permanente pode custar até R$ 125 mil e levar cerca de dois anos de espera

Por Juliana Steil

O visto norte-americano para turismo já está mais caro neste mês. Para a categoria mais emitida para brasileiros – o visto de negócios e turismo (B1/B2) -, a nova taxa passará de US$ 160 (cerca de R$ 810) para US$ 185 (R$ 937).

Os reajustes valem para todas as aplicações por vistos de não imigrantes que não precisem de petição, ou seja, sem a necessidade de um advogado. Esses vistos são aqueles para quem procura estadia durante um período limitado de tempo e para um propósito específico.

Mesmo com o reajuste que, segundo o USCIS (US Citizenship and Immigration Services – Serviços de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos, em tradução literal), tem o intuito de adequar as receitas aos custos do atendimento, a procura pelos vistos entre brasileiros – e até mesmo pelo Green Card, o visto de residente permanente – não deve cair.

Isso porque, ano após ano, aumenta a intenção de brasileiros deixarem o País para viver no exterior. Os Estados Unidos são o principal destino — 42% optaram pelo país norte americano em dez anos, segundo o Ministério das Relações Interiores.

Para mudar de vez para os EUA e trabalhar por lá, porém, é preciso outro tipo de autorização —  o visto permanente, um pouco mais complicado de conseguir.

Todo o processo de conseguir a autorização para a emigração pode levar de um ano e meio a dois anos e custar de US$ 25 mil (R$ 125 mil) a US$ 30 mil (R$ 150 mil) para os casos em que o interessado é quem banca os custos.

O processo é longo e burocrático, então o Terra consultou os advogados especialistas em emigração Marcelo Godke e Vinícius Bicalho para tirar as principais dúvidas sobre o processo necessário antes da mudança.

Como tirar o visto permanente de trabalho?

Não pense que o único custo para tirar o visto será o da taxa inicial. Será preciso reunir toda a documentação necessária (diplomas, histórico acadêmico, cartas de recomendação, etc) para comprovar seu interesse na mudança, traduzi-los e até fazer exames médicos.

O visto de trabalho concede ao cidadão o direito de residência nos Estados Unidos e tem muitas funções importantes. É com ele, por exemplo, que o imigrante se torna apto para morar e trabalhar em qualquer parte do país por tempo determinado ou não, dependendo da categoria.

Não é possível trabalhar nos EUA usando apenas o visto de turista. Caso você seja descoberto trabalhando ilegalmente, será deportado imediatamente e sua entrada no país será proibida por muitos anos. Por isso, é imprescindível a legalização de todos os documentos antes da mudança definitiva.

Como dar entrada no processo?

Para a maioria das categorias de visto de trabalho permanente (EB), é preciso uma oferta de emprego nos EUA antes de iniciar o processo. O empregador deve demonstrar que não conseguiu encontrar um trabalhador estadunidense qualificado para a posição e que está disposto a patrocinar seu visto.

Em outras categorias, você pode demonstrar suas qualificações acima da média em determinada área e o benefício do país em tê-lo morando por lá. Você pode conferir todos os requisitos aqui.

Apesar de lento, o trâmite pode ser mais fácil para trabalhadores de áreas de oferta de serviços, como cabelereiros, pedreiros, marceneiros, já que há alta demanda neste setor. O mesmo acontece com enfermeiros.

Para garantir que o interessado não seja surpreendido ao longo deste processo ou que deixe de entregar algum documento importante adequadamente, ambos os advogados consultados recomendam a contratação de um escritório especializado em emigração para auxiliar neste trâmite.

A análise do pedido do visto permanente é divida em três fases e dura em média dois anos, mas esse tempo pode ser reduzido drasticamente com o pagamento de uma taxa de urgência no valor de US$ 1.225 (R$ 6.125).

1ª fase: Entregar para o USCIS – a imigração norte-americana – um dossiê com as comprovações de mérito. Sua solicitação pode ser aprovada, ter mais documentos exigidos ou até mesmo ser negada;

2ª fase: É quando o National Visa Center solicita mais documentos pessoais, antecedentes criminais e uma avaliação física com um profissional credenciado;

3ª fase: Entrevista no consulado norte-americano.

Dependendo da categoria de visto e da sua nacionalidade, pode haver uma espera para a disponibilidade do visto de imigrante. Isso ocorre porque existem limites anuais para o número de vistos disponíveis em determinadas categorias.

Green Card

Quando o visto estiver disponível, você poderá enviar um formulário de solicitação de Green Card, conhecido como Formulário I-485, para demonstrar interesse em atualizar seu status para residente permanente nos EUA. O formulário deve ser enviado ao USCIS.

Com essa solicitação aceita, a pessoa tem praticamente todos os direitos de um cidadão norte-americano. No entanto, o tempo médio de análise para o Green Card é de cinco anos.

Outras maneiras de conseguir o Green Card

 Casamento: Ao se casar com um cidadão norte-americano (a solicitação deve ser feita após 3 anos de casamento);

 Parentesco: Se tiver um parente que é cidadão norte-americano;

• Investimento: Caso tenha dinheiro para investir no país, como uma abertura de empresa nos EUA, criando, assim, empregos que estimulem a economia nacional;

• Loteria anual: Um sorteio feito todos os anos que dá o Green Card para um ou mais imigrantes.

Custo de vida nos EUA

O advogado Vinícius Bicalho aponta que muitas pessoas visitam o país pela primeira vez a lazer e se impressionam com custos baixos de consumo, mas esquecem de analisar os gastos básicos, que são altos no país, como aluguel, serviços de saúde e educação, por exemplo.

“O custo mensal estimado de uma pessoa solteira nos Estados Unidos é de aproximadamente US$ 1.020 (cerca de R$ 5 mil), sem considerar o aluguel, que no país é, em média, 468% maior do que no Brasil“, diz.

Bicalho aponta que um apartamento de apenas um quarto em regiões centrais pode ser locado por cerca de US$ 1,7 mil (R$ 9 mil).

Além disso, serviços simples e que costumam ser bem acessíveis no Brasil, também são mais caros nos EUA. É o caso de cabeleireiro, serviços de reparos e manutenções.

Dessa forma, ter uma boa reserva financeira pode salvar o imigrante de apuros nos EUA.

Segundo Bicalho, o cálculo deve incluir os gastos básicos e fixos, considerando moradia, educação, alimentação e saúde, multiplicados por, pelo menos, seis meses. “Costumamos indicar um valor superior a R$ 100 mil que, no país, equivalem a menos de US$ 20 mil, para cada cliente”, aconselha. Ele indica que esse montante seja multiplicado pelo número de integrantes da família que está de mudança.

 

Portal Terra

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