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Dia Mundial do Sono: campanha alerta para boa respiração pelo nariz e qualidade de sono

Levantamento da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia mapeou que cerca de 94% das queixas de sono atendidas por otorrinos estão relacionadas a roncos e apneia do sono

Por Cidiana Pellegrin

Ter uma boa noite de sono é um dos passos primordiais para se obter saúde física e mental. Na sexta-feira, 17 de março, é celebrado o Dia Mundial do Sono, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de se dormir bem.

Em alusão à data, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) promove a Campanha Dia Mundial do Sono no Brasil com o tema “Ser feliz é dormir bem e respirar pelo nariz”, enfatizando que, ao respirar de forma correta, a pessoa se desenvolve bem, dorme melhor e tem melhor qualidade de vida, fatores importantes para ser mais feliz.

“O sono bom é capaz de restaurar a energia gasta durante o dia, consolidar a memória, diminuir o trabalho cardiovascular e ativar o sistema imunológico”, explica o coordenador do Departamento de Medicina do Sono da ABORL-CCF, Danilo Sguillar.

A baixa qualidade do sono é uma reclamação comum no dia a dia do brasileiro e representa 25% das queixas nos consultórios de otorrinolaringologia no país. Quase 94% dos atendimentos realizados por estes especialistas estão relacionados a roncos e apneia do sono, segundo um levantamento feito pela ABORL-CCF.

A apneia obstrutiva do sono é definida pela interrupção da respiração por dez segundos ou mais durante a noite. “Além da parada respiratória, os sinais mais comuns desse problema são o ronco alto, sonolência diurna e alterações cardiovasculares e metabólicas como pressão arterial elevada, arritmia e diabetes. Estima-se que 936 milhões de pessoas em todo o mundo sofram da apneia obstrutiva do sono”, complementa o otorrinolaringologista e médico do sono.

Além do ronco e apneia, o especialista esclarece que os distúrbios do sono mais comuns são a insônia e o sono insuficiente, conhecido também como privação de sono.

Prevenção e mudança de hábitos

O coordenador do Departamento de Medicina do Sono da ABORL-CCF recomenda mudanças de comportamento para prevenção de roncos e apneia obstrutiva do sono.

“Para algumas pessoas, dormir de lado previne roncos e apneia, haja vista que muitas pessoas pioram quando se deitam de barriga para cima”, afirma Danilo.

No que diz respeito à obesidade, fator de risco para a doença, o diretor da ABORL-CCF e membro do departamento de Medicina do Sono, Fabio Lorenzetti, enfatiza: “pessoas que estão acima do peso depositam gordura na região do pescoço propiciando mais quadros de ronco e apneia do sono. Portanto, perder peso reduz as chances destes distúrbios respiratórios”.

Segundo o médico, os pacientes devem adotar uma alimentação noturna à base de verduras e proteínas, evitando o excesso de carboidratos que acarreta pior qualidade do sono. Além disso, medicamentos que induzem ao relaxamento muscular também devem ser evitados.

Lorenzetti também salienta a importância de buscar ajuda quando algo parece não estar indo bem. No consultório, o médico é capaz de realizar uma avaliação detalhada, com exame físico, no intuito de encontrar alterações anatômicas como desvios de septo nasal e aumento das amígdalas, que podem ser a causa da redução do calibre da via aérea superior.

“Pessoas com queixo para trás ou céu da boca estreito têm mais predisposição de roncar e desenvolver a apneia obstrutiva do sono”, afirma Fábio.

O coordenador do departamento de Medicina do Sono revela que estas alterações esqueléticas podem ser consequência de uma respiração bucal que começou ainda na infância. “Tratar o respirador bucal na infância pode ser a prevenção da apneia na fase adulta”, reforça Sguillar e ainda destaca que há diversos tratamentos para ronco e apneia que vão desde fonoterapia, utilização de aparelhos intraorais — confeccionados por dentistas — aparelho de pressão positiva conhecidos como CPAP’s, até cirurgias de nariz e garganta, esqueléticas ou bariátrica.

Pesquisa 

O levantamento realizado pelo Departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial com mais de 430 especialistas de todo o país, constatou que 25% das queixas nos consultórios de otorrinolaringologia no Brasil estão ligadas à baixa qualidade do sono. Quase 94% dos atendimentos realizados por estes especialistas estão relacionados a roncos e apneia do sono.

Realizada em fevereiro desse ano, a pesquisa mapeou os motivos mais comuns de busca por atendimento entre 2020 e 2023, pois o médico otorrinolaringologista é uma das principais especialidades envolvidas para diagnosticar e tratar estes distúrbios respiratórios do sono.

A pesquisa da ABORL-CCF demonstrou ainda que uma pequena parte dos pacientes que visita o otorrinolaringologista queixa-se de insônia, bruxismo, sonolência excessiva e parassonia, um problema caracterizado por comportamentos indesejáveis durante o sono, como sonambulismo e terror noturno, por exemplo.

Figura 1: Predomínio de queixas ligadas ao sono nos consultórios de otorrinolaringologia 

O levantamento também revela que a faixa etária mais prevalente dos pacientes está entre 40 e 65 anos de idade e há um predomínio (85,2%) do gênero masculino que procura por auxílio nos consultórios otorrinolaringológicos.

O comportamento do sono durante a pandemia também foi alvo do mapeamento. Quando perguntados se houve aumento nas queixas relacionadas a não dormir bem durante esse período (2020 e 2021), 67,3% dos médicos entrevistados afirmaram que as reclamações foram intensificadas.

Figura 2: Questionamento sobre aumento de queixas de sono durante a pandemia. 

Durante a pandemia, a insônia ganhou destaque nos consultórios dos otorrinolaringologistas. Representou 47,7% das queixas contra 43% de reclamações de roncos e apneias do sono.

Figura 3: Queixas de insônia foram mais comuns durante a pandemia.

 

 

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial 

 

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