Home / Nacional / Brasil convoca embaixador uruguaio por crise no Mercosul

Brasil convoca embaixador uruguaio por crise no Mercosul

A

O governo brasileiro se reuniu nesta terça-feira com o embaixador uruguaio para expressar seu “profundo mal-estar” e pedir explicações após as declarações do chanceler Nin Novoa de que o Brasil teria pressionado o Uruguai na crise pela passagem da presidência do Mercosul à Venezuela.

“O governo brasileiro recebeu com profundo descontentamento e surpresa as declarações do Chanceler Nin Novoa sobre a visita do Ministro José Serra ao Uruguai”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.

O Mercosul atravessa sua pior crise em anos porque Brasil, Paraguai e Argentina se opõem à passagem da presidência pro tempore do bloco à Venezuela, que atravessa uma profunda crise política. Os três países alegam ainda que Caracas não adequou suas normas internas às previstas pelo bloco regional.

O chanceler uruguaio Rodolfo Nin Novoa disse ao jornal El País do Uruguai, publicado nesta terça-feira, que em viagem a Montevidéu o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, pressionou pela suspensão da passagem da presidência à Venezuela tentando inclusive “comprar o voto do Uruguai”.

“Não gostamos muito que o chanceler (José) Serra tenha vindo ao Uruguai nos dizer —ele fez isso publicamente, por isso digo- que pretendiam suspender a passagem e que, se ela (a passagem da presidência à Venezuela) fosse realmente suspensa, nos levaria a suas negociações com outros países, como se estivesse tentando comprar o voto do Uruguai”, denunciou Nin Novoa.

“O teor das declarações não é compatível com a excelência das relações entre o Brasil e o Uruguai”, reagiu o Itamaraty.

Serra se reuniu na tarde desta terça-feira com o embaixador uruguaio em Brasília para “expressar seu mal-estar e pedir-lhe explicações” pelas declarações de Nin Novoa, explicou uma fonte do Itamaraty à AFP.

Apesar da oposição de seus sócios regionais, a chancelaria venezuelana içou sua bandeira do organismo em Caracas na semana passada para simbolizar o início de seu período na presidência rotativa do bloco.

Há três semanas o Uruguai pôs fim a seu período de seis meses à frente da presidência e defendeu que a Venezuela, o membro seguinte na ordem alfabética, assumisse.

O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, advertiu que Venezuela fará parte do bloco enquanto a cláusula democrática não for aplicada.

As normas internas do Mercosul preveem a possibilidade de suspender os membros caso os demais considerem que houve uma ruptura institucional prejudicial à democracia. A aplicação dessa cláusula não foi discutida oficialmente para o caso venezuelano.

 

AFP

Twitter: @estrelaguianews

About rosano

Check Also

Mato Grosso tem saldo de 17.253 empregos com carteira assinada em janeiro de 2024

Da assessoria Resultado foi positivo nos cinco setores avaliados no estado. No país como um todo, ...

Deixe uma resposta