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Busca por procedimentos menos invasivos é opção para brasileiros que estão em isolamento

Recuperação mais rápida é um dos motivos da escolha de muitos, aponta médico

Publicado por: Rosano Almeida

O Brasil é o segundo país com maior número de cirurgias plásticas no mundo, mas durante a pandemia muitos desses procedimentos precisaram ser interrompidos por conta da proibição de cirurgias eletivas no país. A busca por intervenções estéticas menos invasivas, no entanto, não parou. Muitos aproveitaram o tempo em isolamento social e home office para realizar antigos sonhos e ter uma recuperação mais leve.

O cirurgião plástico Victor Cutait é pioneiro e especialista em lipo-fracionada, uma intervenção pouco invasiva, feita em etapas e realizada em clínica sem necessidade de internação. Ele acredita que este é sim um bom momento para buscar procedimentos como esses, que não precisam de anestesia geral.

“A recuperação é mais fácil por diversos motivos. Além do próprio procedimento demandar menos tempo de repouso, o paciente que está em isolamento social e trabalhando de casa não vai precisar – e não deveria! – se locomover pela cidade, para o trabalho, supermercado, etc”, explica.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica não tem dados sobre o número de cirurgias realizadas no ano passado ainda, mas a percepção de aumento na procura entre profissionais e clínicas é visível. Para o especialista, a busca por formas de se sentir melhor com o rosto e o corpo são naturais e positivas, em geral, mas as pessoas devem ficar atentas a alguns sinais, lembra o médico.

“Em casa, sem conseguir ver amigos e familiares, acabamos ficando mais vulneráveis ao que vemos nas redes sociais. Não podemos nos comparar e balizar nossas decisões por conta de fotos, muitas vezes editadas e com filtros. A cirurgia deve ser pensada como uma forma de elevar a autoestima e não se parecer com alguém ou buscar a perfeição, que não existe”, alerta o especialista.

A fala do médico é confirmada por dados: segundo uma pesquisa da Kantar, marca especializada em pesquisa de mercado, as redes sociais, como o Facebook, WhatsApp e Instagram, tiveram um crescimento de uso de 40% na pandemia. Outro alerta de Cutait é em relação tanto da escolha do procedimento como do médico que irá realizá-la, inclusive em procedimentos menos invasivos.

“O Brasil é reconhecido internacionalmente pela qualidade de seus cirurgiões, mas isso não significa que dá para escolher qualquer pessoa. É preciso se certificar de que ele faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica,pois não basta ser médico, precisa ser especializado e ter boas recomendações. Infelizmente, não é incomum encontrar casos de pessoas que tiveram sequelas graves por conta da falta de preparo do profissional”, relembra.

Atenção aos jovens e aos modismos

Vez ou outra surgem na mídia novos procedimentos. Atualmente, a harmonização facial e a Lipo LAD têm gerado muito interesse, pelo fato de celebridades como a cantora Ludmilla terem se submetido aos processos.

Amadurecer a ideia, afirma Cutait, é importante antes de se realizar tantos procedimentos, principalmente entre jovens, mais suscetíveis a informações deste tipo. O Brasil, por exemplo, é líder mundial no ranking de cirurgias plásticas em jovens. De acordo com dados da SBCP, dos quase 1,5 milhão de procedimentos estéticos feitos em um ano, 97 mil (6,6%) foram realizados em pessoas com até 18 anos de idade. Somente nos últimos dez anos, houve um aumento de 141% no número de procedimentos entre jovens de 13 a 18 anos, segundo a SBCP.

Ajustar pequenas áreas do corpo ao gosto do cliente pode representar uma grande mudança na vida de muitas pessoas, aumentando a autoestima e, consequentemente, a qualidade de vida. Com todas as informações em mãos e bons profissionais, o sucesso é garantido.

“Sentir-se melhor com a nossa própria imagem melhora nossa vida e isso inclui todos os aspectos: social, pessoal e profissional. A pandemia pode ser a hora de olhar com mais atenção, pensar com mais tempo sobre aquilo que se deseja, pesquisar e se informar. O ideal é deixar as cirurgias mais complexas para depois mesmo. Se a gente pensar que a definição de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é o estado de bem-estar físico, social, mental e psicológico, a cirurgia plástica em muitos casos vai trazer uma melhora para a qualidade de vida do paciente, logo para a saúde”.

*Victor Cutait possui graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de Marília (2001) com especialização em cirurgia plástica pelo Instituto Brasileiro de Cirurgia Plástica, em São Paulo. Ele é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), professor de cirurgia plástica da Universidade Nove de Julho (UniNove) e dirige a Clínica Cutait Cirurgia Plástica, especializada em Cirurgia Plástica, Dermatocosmiatria e Fisioterapia Dermatofuncional. O médico cirurgião é pioneiro em lipoaspiração fracionada no Brasil.

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