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Trabalhadores resgatados do trabalho análogo ao escravo e vulneráveis à esta condição desfrutam de momentos de lazer em visita aos parques da capital mato-grossense

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O direito ao repouso e ao lazer é garantido a todos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas. Contudo, a escravidão contemporânea ainda é uma realidade no Brasil e empregados são explorados sem usufruir férias ou tempo de ócio. Em 2015, segundo dados do Ministério do Trabalho, mil pessoas foram resgatadas do trabalho em condição análoga à escravidão. Esta violação de direitos esteve presente na trajetória de muitos dos alunos do curso de Operador de Máquinas Agrícolas do Ação Integrada. Realizadas em dezembro em Cuiabá (MT), as visitas ao SESI Park e ao Parque Mãe Bonifácia despertaram nos trabalhadores a consciência do direito ao lazer.

Com 39 anos de idade, Ademilso Mauro de Arruda expressou seu entusiasmo ao participar da visita. “Conhecer o SESI Park foi emocionante porque nunca tinha visitado um lugar assim, estava sempre trabalhando ou com a grana curta.”

De acordo com o coordenador regional de Mato Grosso do Ação Integrada, Pablo de Oliveira, as visitas acontecem desde 2013 e tem o objetivo de promover a inclusão social dos trabalhadores.  Os locais escolhidos para levar as turmas são os mais variados: parques recreativos, parques aquáticos, estádios esportivos e até shoppings.

“Identificamos que os trabalhadores vêm de um processo de exploração extrema e não têm conhecimento que momentos assim podem acontecer”, explicou Oliveira. “Após as visitas, é comum escutar dos alunos que estão impressionados com a beleza dos lugares, como a Arena Pantanal, e confessarem que pensavam que estes espaços existiam apenas na televisão”, conclui.

Assim como o acesso ao mundo do trabalho decente e à educação, o direito ao lazer também foi negado no passado aos participantes do curso. Esta foi, por exemplo, a primeira vez do trabalhador Paulo Sergio Martins, de 43 anos, em um parque. “Sou de Juara e lá não tem nenhum parque como este aqui. Foi muito bom vir, aqui tive a oportunidade de conhecer melhor os meus colegas de curso.”

O desejo dos trabalhadores é de estender aos familiares esta vivência. Segundo Cosmo Bernardo da Silva, de 45 anos, “fomos em um dia quente e pude aproveitar muito a piscina. Se eu pudesse, queria trazer a minha sobrinha, porque o sonho dela é brincar em uma piscina.”

A inclusão social é um elemento chave da metodologia do Ação Integrada, que já beneficiou 700 trabalhadores. O projeto é realizado pelo Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso, pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego e pela Universidade Federal de Mato Grosso, com o apoio da Organização Internacional do Trabalho. Desde o surgimento da iniciativa em 2009, os trabalhadores vulneráveis e/ou resgatados do trabalho análogo ao escravo recebem atendimento psicossocial e qualificação profissional, com as duas semanas iniciais do curso dedicadas à formação cidadã e aos direitos humanos.

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Fonte: Forest Comunicação (Assessoria do Programa da OIT de Combate ao Trabalho Forçado)

Twitter: @estrelaguianews

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