Home / Artigos / O perigo das más conversações

O perigo das más conversações

Publicado por: Rosano Almeida

Uma das mais perigosas maneiras de o ser humano sofrer influência espiritual maléfica é, sem dúvida, a conversação sem propósito digno. Por isso, salvaguardemos nossas fronteiras psicoespirituais dessas investidas danosas do “lobo invisível” (os espíritos obsessores, malignos). Jesus, o Divino Mestre, há milênios, instrui sobre os cuidados que devemos cultivar com a Boa Palavra: “Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai pela boca. Isso, sim, é o que o contamina” (Evangelho, segundo Mateus, 15:11).

Meditem sobre essa advertência do instrutor espiritual Cornélio, constante do livro Obreiros da Vida Eterna. Notem como é grave a responsabilidade de todos nós na preservação da atmosfera espiritual que nos cerca:

“Nas mais respeitáveis instituições do mundo carnal, segundo informes fidedignos das autoridades que nos regem, a metade do tempo é despendida inutilmente, através de conversações ociosas e inoportunas. Isso, referindo-nos somente às “mais respeitáveis”. Não se precatam nossos Irmãos em humanidade de que o verbo está criando imagens vivas, que se desenvolvem no terreno mental a que são projetadas, produzindo consequências boas ou más, segundo a sua origem. Essas formas naturalmente vivem e proliferam e, considerando-se a inferioridade dos desejos e aspirações das criaturas humanas, semelhantes criações temporárias não se destinam senão a serviços destruidores, através de atritos formidáveis, se bem que invisíveis”. (Os destaques são meus.)

E, inspirado na Primeira Epístola de Paulo Apóstolo aos Coríntios, 15:33, o Espírito Emmanuel, em Pão Nosso, obra psicografada por Chico Xavier, dedica um capítulo ao tema. O Guia Espiritual do respeitado médium revela as tenebrosas consequências experimentadas por aqueles que se utilizam da palavra que nada constrói de positivo para si nem para os outros, dando vez ao “lobo invisível”, isto é, a um espírito obsessor.

Más Palestras

“Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, 15:33).

A conversação menos digna deixa sempre o traço da inferioridade por onde passou. A atmosfera de desconfiança substitui, imediatamente, o clima da serenidade. O veneno de investigações doentias espalha-se com rapidez. Depois da conversação indigna, há sempre menos sinceridade e menor expressão de força fraterna. Em seu berço deplorável, nascem os fantasmas da calúnia que escorregam por entre criaturas santamente intencionadas, tentando a destruição de lares honestos; surgem as preocupações inferiores que espiam de longe, enegrecendo atitudes respeitáveis; emerge a curiosidade criminosa, que comparece onde não é chamada, emitindo opiniões desabridas, induzindo os que a ouvem à mentira e à demência.

A má conversação corrompe os pensamentos mais dignos. As palestras proveitosas sofrem-lhe, em todos os lugares, a perseguição implacável, e imprescindível se torna manter-se o homem em guarda contra o seu assédio insistente e destruidor.

Quando o coração se entregou a Jesus, é muito fácil controlar os assuntos e eliminar as palavras aviltantes.

“Examina sempre as sugestões verbais que te cercam no caminho diário. Trouxeram-te denúncias, más notícias, futilidades, relatórios malsãos da vida alheia? Observa como ages. Em todas as ocasiões, há recurso para retificares amorosamente, porquanto podes renovar todo esse material em Jesus Cristo.” (Os destaques são meus.)

“Examina sempre as sugestões verbais que te cercam no caminho diário. Trouxeram-te denúncias, más notícias, futilidades, relatórios malsãos da vida alheia? Observa como ages. Em todas as ocasiões, há recurso para retificares amorosamente, porquanto podes renovar todo esse material em Jesus Cristo.” (Os destaques são meus.)

A boa conversação e a Humanidade Invisível

Vem-me à memória uma narrativa que apresentei na série radiofônica “Lições de Vida”, na década de 1980, sobre as três peneiras que devemos utilizar na hora de expor qualquer assunto a alguém. A primeira peneira é a da verdade; a segunda, a da bondade; e a terceira, a da necessidade. Antes de falarmos algo, precisamos nos certificar de que as nossas palavras passem por esses filtros. Caso contrário, é melhor nem as proferirmos.

Na Antologia da Boa Vontade (1955), encontramos o poema “Não julgues!”, de autoria de João Tomaz, do qual destacamos oportuna estrofe:

Mas se queres tua paz

e a paz dos outros também

atende a este conselho:

— Não fales mal de ninguém.

Definitivamente, o “lobo invisível” e seus acólitos precisam aprender mais esses ensinamentos para que alcancem real ventura. E essa é justamente a lição que fui buscar em minha obra Jesus, Zarur, Kardec e Roustaing na Quarta Revelação (1984, edição esgotada), por estas palavras do notável Emmanuel: “Uma simples conversação sobre o Evangelho de Jesus pode beneficiar vasta fileira de ouvintes invisíveis”.

Acerca do indispensável papel a ser protagonizado pelas famílias, afiança o Espírito André Luiz, em seu livro Desobsessão, pela psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira (1932-2015): O culto do Evangelho no abrigo doméstico equivale a lâmpada acesa para todos os imperativos do apoio e do esclarecimento espiritual”.

Como assegurava o saudoso Alziro Zarur (1914-1979), “A invocação do nome de Deus, feita com o coração cheio de sinceridade, atrai o amparo dos Espíritos Superiores”.

José de Paiva Netto

Fonte: Reflexão de Boa Vontade extraída do livro “A Missão dos Setenta e o ‘lobo invisível'”, de junho de 2018.

Twitter: @estrelaguianews

About rosano

Check Also

Reskilling: como aproveitar talentos internos para a economia digital?

Por Vitor Cavalcanti É inegável a falta de profissionais de tecnologia no Brasil. Dados da ...

Deixe uma resposta