Publicado por: Rosano Almeida
O presidente do Equador, Lenin Moreno, declarou estado de exceção em todo o país nesta quinta-feira, 3, em meio a protestos convocados por transportadoras contra a alta de até 123% no preço dos combustíveis.
Ao menos 19 pessoas foram presas. Há bloqueio de estradas em Quito e Guayaquil, as duas principais cidades do país.
O governo adotou a medida, juntamente com outras ações tributárias e sobre a mão-de-obra, na tentativa de reduzir volumoso déficit fiscal, que colocou em risco a economia dolarizada.
O aumento decorre da retirada de subsídios da gasolina, que vigorava no país há 40 anos, depois de o Equador ter fechado um acordo de US$ 2 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Para garantir a segurança dos cidadãos e evitar o caos, declarei o estado de exceção em nível nacional”, disse Moreno a repórteres.
“Abaixo o paquetaço”, gritavam os manifestantes nos arredores da Praça de Armas de Quito, na qual está localizado o Palácio de Carondelet, sede do Executivo.
A polícia e o Exército foram destacados para proteger o local. O Estado de exceção é válido por 60 dias, prorrogáveis por mais 30.
Motoristas de táxi e caminhoneiros lideram os protestos. Terminais de ônibus estão fechados. Manifestantes ergueram barricadas com pneus queimados e lixo nas ruas de Quito.
“Vamos parar esse país até que o governo desista do decreto”, ameaçou o líder dos transportistas Abel Gómez.
Moreno diz que o fim dos subsídios combaterá o contrabando de combustível e incentivará a economia. Ele assumiu a presidência em 2017, apadrinhado politicamente pelo ex-presidente Rafael Correa. No poder, rompeu com o antecessor e se aproximou da oposição.
Para reverter a crise econômica produzida pelo fim do ciclo das commodities, tomou medidas econômicas impopulares.
O presidente afirmou que foi firme nas medidas tomadas e que “não há possibilidade de mudança”, especialmente na questão de eliminar o subsídio para diesel e gasolina.
Com Reuters e Estadão Conteúdo